Produção de alimentos livres de resíduos de agrotóxicos. CURITIBA
- O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e
Abastecimento, vai intensificar as ações para ampliar a produção de
alimentos seguros, livres de resíduos de agrotóxicos. Em reunião do
Comitê Gestor do Programa Paraná Agroecológico, sob o comando do
secretário Norberto Ortigara, ficou definido que as ações serão
coordenadas pelo Centro Paranaense de Referência em Agroecologia
(CPRA). Norberto Ortigara disse que está preocupado com o nível de
resíduos químicos que vem sendo apresentado por hortaliças, legumes e
frutas coletadas pela Secretaria da Saúde nos pontos de varejo de
Curitiba.
Segundo ele, além da preocupação com a saúde do consumidor
tem também a necessidade de proteger os mananciais de água que abastecem
Curitiba e região metropolitana, uma vez que mais de 50% da produção
desses alimentos que abastecem o Estado sai dessa localidade. “O
carro chefe do programa Paraná Agroecológico será a olericultura,
atividade que envolve cerca de 15 mil agricultores da Região
Metropolitana de Curitiba, que produzem cerca de três milhões de
toneladas de produtos por ano”, explicou João Carlos Zandoná, diretor
presidente do CPRA.
A partir do primeiro semestre de 2017 serão
definidos os projetos para as regiões Norte, Noroeste, Oeste e Sudoeste e
Sul, conforme atua o Programa Paraná Agroecológico. Os projetos, na
sequência, deverão ser referendados pela Câmara de Agroecologia do
Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedraf ).
Para
estimular o envolvimento por parte dos parceiros como os Núcleos de
Estudo em Agroecologia, prefeituras e Ongs, serão realizado seminários
regionais para definição das prioridades o que deve ser seguido na
prática de uma agricultura mais sustentável, orgânica e agroecológica.
PASSOS -
O INRA - instituto de pesquisas agronômicas da França, vai acompanhar
os passos da Agroecologia no Paraná por meio de um termo de cooperação
assinado entre Brasil, França a Universidade Federal do Paraná e Iapar.
Inclusive, a representante do governo francês, Claire Lamine, participou
da reunião na Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Essas
instituições vão desenvolver trabalhos de pesquisa e extensão rural para
os agricultores, nos moldes das Redes de Referência, trabalho
desenvolvido pela Emater e Iapar (unidades piloto que servem de
referência aos demais agricultores) iniciado pelo programa Paraná 12
Meses, que estava em vigor no Paraná no final da década de 90.
CAPACITAÇÃO E ASSISTÊNCIA
As ações do Programa irão reforçar a capacitação da assistência
técnica, a pesquisa, a comercialização, a legislação e certificação e
após isso, o fomento a produção. “Trata-se de um processo que está em
andamento e que agora será solidificado com as parcerias que serão
feitas com as instituições públicas e da iniciativa privada”, disse.
João Carlos Zandoná lembrou
que a sociedade está cobrando a oferta de
produtos seguros e saudáveis, uma demanda que está crescendo em torno
de 40% ao ano. “Isso faz o Estado trabalhar com os setores mais
necessitados de renda no meio rural, que é o agricultor familiar,
principalmente aquele que está em áreas de mananciais como a que
abastece Curitiba”, disse. Há inclusive uma parceria com
apoio da Sanepar ao CPRA, para minimizar os impactos da prática da agricultura convencional
sobre a região.